Liberdade para escolher? Sim, mas uma escolha informada é a mais adequada.
A liberdade é algo que, hoje em dia, temos como garantida, mas nem sempre foi assim. As mulheres, durante muito tempo, viveram num mundo onde as suas escolhas não eram respeitadas, as suas vozes permaneciam no silêncio e os seus direitos… quais direitos? Mesmo que fosse a sua vontade, não podiam trabalhar, não podiam escolher com quem casar, não podiam escolher ter ou não filhos. Não tinham direito ao voto (parece irreal, não é?). Pois, a independência e a liberdade, que para nós é algo que não questionamos, só foi possível alcançar graças à audácia, à coragem e ao sacrifício de muitas mulheres.
Muitas foram aquelas que, pela sua coragem, desafiaram os seus tempos, quebraram barreiras e criaram espaço para que o feminismo fosse ouvido: a cientista, Marie Curie, vingou no mundo da química e da física; Paula Rego, através da sua arte, coloca a mulher no papel central. Poderia continuar, porque de facto são muitas as mulheres que escolheram ser livres, mas que não eram livres de escolher. O feminismo, ao contrário do que muitos possam pensar, não é o oposto da misoginia, é sim defender a igualdade de direitos. Já escrevia Maria Teresa Horta:
“O corpo que me deram // é meu até ao fim. // E nele mando eu, // com desejo ou sem pudor.” (in Minha Senhora de Mim, 1971)
Nos dias de hoje, ainda existe uma clara desigualdade no que toca à atividade laboral e à presença da mulher em cargos mais elevados. Já para não falar da maternidade, onde a mulher (mãe) é colocada como elemento principal na educação do filho/a. E o pai? É apenas um ajudante?
Isto para dizer que, muitas vezes, não olhamos para certas situações no nosso quotidiano com “olhos de ver”, porque é a nossa realidade, porque é o que deve ser… mas devíamos olhar e ouvir com espírito crítico, informando-nos para que possamos fazer as melhores escolhas, principalmente, no que toca à nossa sexualidade.
As redes sociais são, atualmente, uma grande fonte de informação, algumas credíveis e bem fundamentadas, mas também há espaço para a desinformação e notícias falsas.
Falei-vos até agora de mulheres que marcaram a nossa história, mas, hoje, continuam a existir muitas que lutam diariamente para nos dar voz. É o caso de Tânia Graça, sexóloga, que fala abertamente de sexualidade, respondendo a muitas dúvidas, e fazendo-nos sentir menos sozinhas no que toca às nossas escolhas. E, não nos vamos esquecer de Millie Bobby Brown, que depois de ser alvo de bullying nas redes sociais, escolheu pôr a descoberto esta realidade, muitas vezes silenciada e oprimida.
Por isso, agarrem esta liberdade, informem-se e façam a melhor escolha. Se a contraceção verde é algo que se encaixa na vossa saúde e vai ao encontro das vossas convicções, falem com o vosso médico e sejam livres para escolher.
O nosso planeta e todos os seres vivos também precisam que façamos escolhas por eles, para que se reduza a poluição e, assim, possam viver melhor, num mundo mais verde.