Há sempre uma primeira vez para tudo. E uma primeira vez para uma segunda vez? E não há duas sem três…
Existem mínimos essenciais na vida de uma mulher, sendo um deles o cuidado com a saúde feminina.
Há coisas que dão medo?! Sim, como por exemplo o tão conhecido “Papanicolau”. Eu sei, nome masculino dado a um exame da mulher?! Sabiam que este exame foi criado por um Senhor chamado Georgios Papanikolaou, pioneiro na deteção do cancro do colo do útero. Hoje sabemos que o vírus do Papiloma Humano (HPV) é a causa necessária desse cancro, pelo que a pesquisa do vírus está a substituir ou associar-se ao “papanicolau”.
Não está certo esperar pelo início das relações sexuais para avaliar o nosso sistema reprodutor. A primeira visita ao médico pode ser feita em qualquer altura, mas deve ser realizada entre os 13 e os 15 anos, principalmente, após a primeira menstruação e, com regularidade, após o início das relações sexuais. Escolham bem o vosso médico ou médica. E, se por qualquer motivo não se sentirem confortáveis, procurem outro(a). Tenho a certeza de que não irão ferir suscetibilidades de ninguém. Aqui, o que conta são vocês — own it!
Muitas dúvidas surgem antes da primeira vez (como?) não é disso que estou a falar… mas da primeira vez que vão ao ginecologista. Assim, devido a essas dúvidas, muitas vezes evitamos a primeira consulta. E, verdade seja dita, não é agradável ir ao ginecologista! Quem é que quer ficar naquela posição? Mas, calma, na primeira visita não significa que terão de fazer o papanicolau ou qualquer outro exame mais intrusivo — a não ser que tenham realmente algum problema de saúde que o justifique ou se já iniciaram a vida sexual. A primeira consulta e seguintes são também importantes para esclarecer dúvidas sobre o vosso ciclo menstrual, sobre a vossa sexualidade e sobre os vários métodos contracetivos.
Por isso, vou dar-vos algumas dicas sobre o que poderá acontecer. Claro que varia de médico para médico, mas se forem preparadas é mais fácil.
Primeira dica: conheçam o vosso ciclo menstrual (os sinais no vosso corpo, quando é suposto aparecer a menstruação e se têm alguma dor durante o ciclo). Existem muitas apps que vos ajudam neste processo e que podem ajudar também o vosso ginecologista, caso tenham alguma irregularidade no vosso ciclo.
Segunda dica: falem abertamente sobre sexualidade, sobre a vossa vida sexual, exponham as vossas dúvidas. Dor na relação sexual? Sexo sem consentimento? Nós, mulheres, não temos de ser sujeitas àquilo que não queremos ou que nos faz sentir desconfortáveis e falar com alguém sobre estes assuntos, principalmente um médico ou psicólogo pode ajudar-vos. Não guardem para vocês – pleaseeee – se ainda não o fizeram, leiam o artigo “ESCOLHER PARA SER LIVRE, OU SER LIVRE PARA ESCOLHER?” e sejam livres de escolher o rumo que querem na vossa vida.
Saved the best for last… A pergunta para 1 milhão: Será que posso perder a virgindade com um exame pélvico? A responda é: Não! O exame ginecológico não é mais do que a observação com um espéculo, com um “bico de pato” (porque, literalmente, parece um bico de pato, obviously) e o famoso hímen não é mais do que uma membrana que rodeia as paredes da vagina e que está preparada para permitir a passagem do fluxo menstrual quando se inicia a puberdade. Ora,esse “bico de pato”, é escolhido caso a caso e quando é introduzido (não deve provocar dor porque as paredes da nossa vagina são muito elásticas) fica ligeiramente aberto e apenas as suas abas, já no interior, abrem para que o médico/a consiga ver melhor. Por isso, relaxa e… ia dizer “enjoy”, mas parece-me… (hahaha).
Vocês, a chamada “Geração Z”, têm o poder de mudar mentalidades, de escolher o vosso futuro, de escolher verde, por vocês e pelo planeta. Está nas vossas mãos empoderarem a saúde feminina e a vossa sexualidade. Quanto maior for o vosso conhecimento neste tema, mais longe conseguem ir.
E não se esqueçam: Green is always a better choice.