Mitos e verdades das pílulas contracetivas
Eu podia ser a famosa Lady Whistledown da contraceção… (da conhecida série da Netflix “Bridgerton”), por isso, minhas caras leitoras, hoje vou revelar alguns mitos… e verdades sobre as pílulas contracetivas, tudo para que as “verdades” que vocês conhecem não se tornem verdadeiras consequências.
Para tornar esta experiência o mais simples possível, vou colocar algumas perguntas que penso que, por vezes, passam pela vossa cabeça.
A pílula faz engordar?
Querem a verdade? Não. Não existem dados científicos que corroborem este MITO… por isso, se a vossa escolha de não utilizar a pílula como método contracetivo é porque a “amiga da prima” disse que a pílula a engordou… penso que podem ficar descansadas.
Não existem evidências científicas que relacionem a contraceção hormonal com o aumento de peso, com as dosagens hormonais atuais.
Existem vários tipos de pílula, qual é a diferença entre elas?
A pílula é um método contracetivo muito eficaz, com uma taxa de eficácia superior a 99% (para quem a toma corretamente, por isso: Lembretes, por favor!). E, sim, se começarem a tomar no primeiro ou segundo dia da menstruação, a pílula será eficaz a partir do 7º dia de toma.
As pílulas diferenciam-se umas das outras pela sua dosagem e pelo tipo de hormonas que as constituem. Existem 3 tipos de categorias de pílulas compostas por estrogénios e progestagénios: Monofásica – todos os comprimidos têm as mesmas dosagens (é a mais utilizada); Bifásica – com duas dosagens diferentes; e Trifásica, com três dosagens, que imitam (ou tentam) o ciclo menstrual.
Existe ainda a pílula contracetiva apenas constituída por progestagénios, aconselhada a mulheres que estão a amamentar ou que, por algum motivo, não podem tomar estrogénios. Este tipo de pílula tem mais dificuldade no controlo do ciclo.
Dentro da contraceção verde, existem opções com estrogénios naturais, semelhantes ao que são naturalmente produzidos pelo nosso organismo, que têm a particularidade de apresentar menor impacto ambiental.
A pílula protege contra as doenças sexualmente transmissíveis?
Não, não, não e não! Só o preservativo masculino tem esta capacidade.
Mulheres fumadoras podem tomar a pílula?
Esta pergunta é tricky… Poderia começar com: “Fumar faz mal, deixa isso, faz mal à saúde e à carteira“. Esta é de facto uma escolha que não deveríamos fazer, mas é essencial entenderem os contornos desta situação por isso é um SIM e um NÃO…
Se tens mais de 35 anos e és fumadora, a pílula não é a opção mais indicada para ti, em especial se fumas mais de 15 cigarros por dia. A toma da pílula aumenta os efeitos nocivos do tabaco no sistema cardiovascular, como o risco de trombose.
Se tens menos de 35 anos e és saudável, SIM podes tomar a pílula, mas aconselham-se escolhas personalizadas.
A pílula interfere no desejo sexual?
Não é comum, mas pode acontecer. Porém, na contraceção verde existem pílulas com componentes naturais e que interferem menos na libido.
Para as mais esquecidas…
As pílulas orais têm uma elevada eficácia, porém, se se esquecerem de tomar 1 comprimido e se lembrarem num prazo inferior a 24h, devem tomar de imediato o comprimido esquecido e continuar a tomar normalmente. O esquecimento ou falha a tomar um comprimido não compromete a eficácia da pílula. Agora… 2 ou mais comprimidos esquecidos… já estão a arriscar demasiado. Consultem o Folheto Informativo do vosso contracetivo, parece chato, mas é essencial para entenderem como funciona o contracetivo que estão a utilizar.
Pílula e vómitos… ou diarreias
A ideia é simples, se vomitares menos de 4 horas depois da toma do último comprimido, deves tomar outro (não houve tempo suficiente para ser absorvido). Se já passarem as 4 horas, está tudo bem, foi absorvido.
Em caso de diarreias, é o oposto. Se após 4 horas da toma do último comprimido estiveres com diarreias líquidas e persistentes (e, quando digo persistentes, estamos a falar de cinco ou mais episódios num mesmo dia, ok?), deves tomar outro comprimido para que não se perca a eficácia da pílula.
A toma da pílula tem, de facto, muitas vantagens. Existem muitas e boas opções, inclusive para o meio ambiente.
Pode parecer repetitivo, mas falem sempre com o vosso médico antes de iniciar qualquer método contracetivo. Perguntem tudo — mesmo aquelas dúvidas que parecem estranhas ou embaraçosas. É assim que se evitam surpresas e consequências indesejadas.
