Se perguntarmos a uma criança de que cor é a água, algumas dizem azul, outras dizem verde… outras ficam confusas porque já a viram com várias cores. E tentar explicar a uma criança que a água não tem cor? Que é transparente e reflete as cores de tudo à sua volta… e assim deveria ser sempre.
A mesma água nunca passa duas vezes no mesmo sítio… poderia ser uma coisa boa, mas quando falamos em poluição apenas me ocorre um pensamento: tudo o que deitamos nos esgotos viaja quilómetros e quilómetros contaminando tudo pela sua passagem, especialmente compostos químicos que têm uma solubilidade na água muito mais elevada, viajando e contaminando os mares e oceanos em larga escala. E quem sofre? Principalmente os animais, que, não tendo “culpa no cartório”, acabam por ingerir estes compostos químicos.
No que toca ao uso de medicamentos existem várias formas de diminuirmos a nossa contribuição para a poluição aquática.
Podemos começar pelo seu descarte nas sanitas e lavatórios das nossas casas. Não sei o que vos disseram, mas esta é a forma de maior contaminação das águas residuais, e facilmente evitável. Basta guardarem todos os medicamentos que não usam ou estão fora de prazo e levá-los para as farmácias, para que sejam colocados nos contentores apropriados.
Os medicamentos são importantes na nossa vida, mas o seu uso deve ser feito com precaução e, claro, mediante aconselhamento médico. Na hora de tomar qualquer medicação devemos fazer aquilo que é melhor para nós, mas o ambiente também deve ser uma prioridade na nossa escolha. A contraceção verde, como já leram em vários artigos deste blog, para além de eficaz na sua função, é uma escolha ecofriendly, embora tenha o mesmo destino que as pílulas convencionais, não tem o mesmo impacto ambiental.
Mas, a poluição da água não é da inteira responsabilidade dos fármacos, existem muitas outras mudanças na nossa rotina que podem contribuir para uma passagem limpa da água.
Muitas marcas disponibilizam detergentes… adivinhem lá a palavra que se segue… ecológicos, claro. Estes produtos de limpeza da casa e da roupa cuja composição mais orgânica os torna mais biodegradáveis, dão o seu contributo para a diminuição da poluição das águas residuais. Os fosfatos, presentes nos produtos de limpeza usados no dia-a-dia, são um dos maiores causadores de um fenómeno chamado eutrofização que leva a um crescimento anormal de algas na água – aquela água “verdinha”, bleah – suprimindo o oxigénio neste habitat e levando à morte dos animais aquáticos – sim, embora em pouca quantidade, os peixes necessitam de oxigénio para sobreviver. Não sendo totalmente eliminados nas estações de tratamento das águas residuais, os fosfatos e outros compostos químicos, levam a um desastre aquático alarmante. Mas não é só isso: estes detergentes ecológicos, pela sua composição, não necessitam de uma quantidade de água tão grande para enxaguar – outra dica útil, porque poupar água não passa apenas por fecha a torneira enquanto lavamos os dentes.
Gota a gota, é possível encher um oceano de água com a sua cor – transparente. E não se esqueçam que a água não passa duas vezes no mesmo sítio, e todos podemos contribuir para uma passagem de água mais limpa.
Escolher verde é sempre bom, tornar a água verde, não é bom.